ghosts

Dan Friel
Ghost Town (2008)

Debaixo de camadas e camadas de passado, existe uma cidade fantasma dentro de todos nós. Mas, sobre esse lugar, uma coisa nos difere como ser humano: a recorrência que cada um vai visitar a sua e quanto tempo passa nela. Porque uma vez nela, não acredito que mude muito o passatempo de um para outro. Todos vão para sofrer um pouquinho.

Ghost Town, primeiro disco de Dan Friel, o tecladista do Parts & Labor, é uma espécie de declaração de amor à sua cidade fantasma. Eletrônico, barulhento e cabeçudo. Emocionante, elétrico e silencioso quando precisa ser. Ao meu ver, Ghost Town é um disco extremamente pessoal, no qual Dan Friel usa e abusa de sua formação geek para ultrapassar o barulho e chegar em algo com sentimento, nos dando uma visão panorâmica de seu mundinho.

As comparações musicais podem ser várias: Dan Deacon, Panda Bear e Fuck Buttons. Mas durante os breves 28 minutos do disco, Dan Friel imprime sua marca, seu tom de teclado, seus barulhos 8-bit e o som de fantasmas gritando agudamente. E quando tudo termina, com a bela "Horse Heaven", eu fico com vontade de passar mais tempo nessa cidade fantasma, se possível umas férias.

ps.: Dan Friel, como o Oxford Collapse, é do Brooklyn.