The magic number

Ratatat
LP3 (2008)

Você tem problemas com fórmulas? Um professor meu de Química que se parecia com o Arto Lindsay (se o Arto Lindsay fosse um sapo) costumava dizer que fórmulas são “for mulas”. Isso nem sempre é verdade. Não sei bem se o Ratatat encontrou uma fórmula para fazer seus discos, talvez eles tenham desenvolvido um estilo próprio. De qualquer forma, o resultado é novamente positivo neste terceiro disco da banda, criativamente intitulado LP3 (toma essa, Portishead!).

“Shiller”, a música de abertura, começa tensa como num filme dramático dos anos 80. É quase possível ver a fumaça de cemitério, aquela fumaça que raramente vemos na vida real. A divertida “Falcon Jab” retoma a animação costumeira das composições do Ratatat, enquanto “Mi Viejo” tem curiosa percussão tribal, a mesma que volta na faixa seguinte, a excelente “Mirando”. Mais curiosa ainda é “Flynn”, um dub que não te prepara para a melancólica “Bird Priest”.

Nerds de plantão vão gostar de “Shempi” – a faixa lembra trilha de jogos de ação do Super Nintendo. A sensação segue com “Imperials”, permanece em “Dura”, mas desaparece em “Bruleé”. Verdade seja dita: LP3 não é melhor que Classics, segundo álbum do Ratatat, mas ainda assim deve agradar entusiastas do som da dupla.