cold son...i am

E quando eu era obrigado a escutar que Face The Truth (2005) lembrava os bons momentos de Wowee Zowee? Eu não ouso comparar de forma séria nenhum disco do Pavement entre si, o que dizer de um disco solo de Stephen Malkmus com um de dez anos atrás? Eu não consigo nem comparar direito Real Emotional Trash, seu novo álbum, com seus lançamentos solos anteriores. Esse post vai ser bem improdutivo.

E quando eu tento pensar nas influências do Pavement então? The Fall? Sonic Youth? Pixies? Ok, vai. Sim para todas. Mas, sério? Pense de novo. Agora penso nos quatro discos de Stephen Malkmus com ou sem os Jicks. De onde vem aquele pop infantil do primeiro álbum? E as melodias estranhas e leve virtuose de Pig Lib? E a soberba e a confiança de Face The Truth, disco gravado praticamente inteiro em seu porão? E agora mais esses solos e barulhos e blips e teclados e lindas canções de Real Emotional Trash?

"Baltimore", o primeiro single, com seus mais de seis minutos, vem com a alma de Stephen em cada solo e mudança de ritmo. "Cold Son" é uma das melhores faixas que já compôs, "Gardenia" dá um upgrade no pop infantil do começo da década, "Out of Reaches" e "We Can't Help You" são maravilhosas e "Real Emotional Trash", a faixa, traduz o Malkmus de 2008 em pouco mais de dez minutos: solos, uma belíssima banda de apoio, certo peso nos intrumentos e leveza em suas melodias de voz.

O Malkmus é uma espécie de mestre supremo do Lego. As peças são as mesmas, as cores as de sempre, e o tempo vai passando (ele já conta com 41 anos de idade) e algumas peças vão sumindo, e o que era, seilá, uma espaçonave lunar 20 anos atrás, vai ganhando a forma de, seilá2, um castelo multi colorido sem torres por falta de peça. O que ficou pelo tempo, as gorduras e fantasias, ele deixa para os mais jovens.

Stephen Malkmus & Jicks
Real Emotional Trash (2008)



















ps.: vou até tirar umas férias agora.