Os seis melhores shows de 2007

Dois mil e sete foi um ano e tanto em termos de shows, principalmente pra quem mora em São Paulo. Muita coisa boa veio pra cá, como Suburban Kids With Biblical Names, The Evens e Akron/Family. Algumas bandas foram prejudicadas pelo som, outras pela estrutura dos locais nos quais se apresentaram. Mas, no geral, não dá pra reclamar. Sem mais demoras, eis a lista de melhores shows do ano para o We Are Disabled:

6. Antony and the Johnsons
Onde: Auditório Ibirapuera – São Paulo / SP
Gosto muito do álbum I Am a Bird Now. Mas juro que não esperava que, ao vivo, suas qualidades se amplificassem tanto. Você pode até dizer que Antony não passa de um gordinho bicha ou que ele se parece com a sua avó, mas pouca gente tem um timbre de voz como aquele. Me emocionei com músicas lindas como “Hope There’s Someone”, “My Lady Story” e “You Are My Sister” e me diverti com seu carisma sem igual. Nem preciso dizer que o cover de Velvet Underground derreteu todo mundo na platéia. Palmas também pros Johnsons, sua excelente banda. (Six)

5. Gruff Rhys & Tony da Gatorra
Onde: Studio SP – São Paulo / SP
Para quem presenciou essa festa, eu grito: SHIFE! Para quem não estava lá, digo que Gruff tem quase dois metros, veste uma cabeçorra de Power Ranger, usa dez mil brinquedos como instrumentos, canta em galês, em inglês e arranhou o português, e fez uma jam do futuro com Tony da Gatorra. Uma celebração liderada por um cara que sabe ser prog, pop, futurístico, quieto e simpático. (Denis)

4. Love is All
Onde: Studio SP – São Paulo / SP
Pulei e cantei junto que nem um adolescente. Suei. Dei uma cotovelada em alguém meio hardcore que estava enchendo meu saco. Nada mais atrapalhava minha empolgação, vesti a camiseta do post-punk-sueco-anos-80-com-saxofone e nada me tirava daquele mundo. Pulei, cantei e suei como um adolescente e é isso que importa. (Denis)

3. Cat Power
Onde: Auditório Ibirapuera – São Paulo / SP
Livre de instrumentos, deixando tudo para a incrível Dirty Delta Blues, sua banda de apoio, Chan dublou o narrador do TIM, fez dancinhas esquisitas, conversou e cantou como uma diva soul. À vontade, segurou em suas mãos um show lindo repleto de versões de clássicos e de suas próprias canções. Com direito, em SP, a um segundo show mais agitado e rockeiro. (Denis)

2. Joanna Newsom
Onde: SESC Santana – São Paulo / SP
Lembro exatamente o que senti quando a Joanna Newsom entrou no palco em São Paulo. Fiquei totalmente paralisado. Foram cinco minutos de intensa hipnose, por uma série de motivos: a aparência delicada e quase não-humana da harpista; as músicas carregadas de emoção sem serem piegas; a harpa em si; e os dedos mágicos da Joanna; etc. Saí dali com a alma lavada, com a sensação de que tinha presenciado algo histórico, como aqueles acontecimentos galácticos que acontecem a cada não sei quantos milhões de anos. (Six)

1. Battles
Onde: Clash – São Paulo / SP; Goiânia Noise Festival – Goiânia / GO
Não dá pra discutir: o Battles fez o melhor show que vi esse ano. Ver a banda ao vivo duas vezes em menos de uma semana foi como ser um pirata e encontrar dois tesouros no mesmo mês. Principalmente em São Paulo, o quarteto mostrou porque Mirrored é um dos melhores discos do ano e que virtuosismo nem sempre é gratuito. Com um dos melhores bateristas que já vi tocar, o Battles é uma verdadeira parede sonora impecável, com quatro membros que parecem ter sido treinados pelo exército do rock matemático do inferno. Seja lá o que isso quer dizer. (Six)

Um brinde pra quem chegou até aqui:

Love is All
Love is All...Mixed Up (2008)