Fim de Semana do Vampiro

Vampire Weekend
Blue CD-R

Final de ano traz mil coisas ruins para o ser humano, expectativas é uma delas. Eu não gosto de finais de ano faz um bom tempo já. Mas gosto de viajar, pra onde quer que seja, pra qualquer lugar, sozinho de preferência. Viajar para outro país é ficar completamente perdido. É um pouco como ser criança e apontar para mãe a quantidade de negros ou de chineses ou de judeus ou de albinos ou de anões na rua; olhar para a comida e fazer cara de peido; ficar tanto tempo como um estranho que você fica com saudades da falta de sensibilidade da sua mãe. Você tem um aval para ser babaca, desde que gaste bastante e volte para sua casa.

O Vampire Weekend traz no seu álbum de estréia o brit pop de várias décadas com muita influência de música e ritmos africanos. Eles são jovens nova iorquinos recém-formados por uma universidade de respeito, a Columbia. Quanta babaquice você acha que vai escutar aqui?

Dai que você resolve viajar e vai parar numa cidadezinha minúscula lá nos cafundós do Brasil, se sente um estranho por dias, mas acaba encontrando um ser iluminado na sua última noite no lugar. Alguém que não te acha um babaca por todas as babaquices que você comete até na hora de comprar um café. E conhecendo-o um pouco melhor, você descobre que ele é um vampiro africano com sotaque inglês e um nike de 300 dólares no pé. Você o ama por todas as coisas que você não é. Você queria ser vampiro também. Tá, admito, eu queria ser um vampiro agora. Queria poder falar dez milhões de babaquices para todo mundo e receber um café expresso gostoso na mesa. Expresso duplo.